sábado, 5 de setembro de 2009

Song of myself


I CELEBRATE myself;
And what I assume you shall assume;
For every atom belonging to me, as good belongs
[ to you.

I loafe and invite my Soul;
I lean and loafe at my ease, observing a spear
[ of summer grass.

Houses and rooms are full of perfumes—the
[ shelves are crowded with perfumes;
I breathe the fragrance myself, and know it and
[ like it;
The distillation would intoxicate me also, but I
[ shall not let it.

The atmosphere is not a perfume—it has no taste
[ of the distillation—it is odorless;
It is for my mouth forever—I am in love with it;
I will go to the bank by the wood, and become
[ undisguised and naked;
I am mad for it to be in contact with me.

The smoke of my own breath;
Echoes, ripples, buzz’d whispers, love-root,
[ silk-thread, crotch and vine;
My respiration and inspiration, the beating of my
[ heart, the passing of blood and air through
[ my lungs;
The sniff of green leaves and dry leaves, and of
[ the shore, and dark-color’d sea-rocks,
[ and of hay in the barn;
The sound of the belch’d words of my voice,
[ words loos’d to the eddies of the wind;
A few light kisses, a few embraces, a reaching
[ around of arms;
The play of shine and shade on the trees as the
[ supple boughs wag;
The delight alone, or in the rush of the streets,
[ or along the fields and hill-sides;
The feeling of health, the full-noon trill,
[ the song of me rising from bed and

[ meeting the sun.


A child said, What is the grass? fetching it to me
[ with full hands;
How could I answer the child? I do not know
[ what it is, any more than he.

I guess it must be the flag of my disposition,
[ out of hopeful green stuff woven.

Or I guess it is the handkerchief of the Lord,
A scented gift and remembrancer, designedly
[ dropt,
Bearing the owner’s name someway in the
[ corners, that we may see and remark,
[ and say,
Whose?



The blab of the pave, the tires of carts, sluff of
[ boot-soles, talk of the promenaders;
The heavy omnibus, the driver with his
[ interrogating thumb, the clank of the shod
[ horses on the granite floor;
The snow-sleighs, the clinking, shouted jokes,
[ pelts of snowballs;
The hurrahs for popular favorites, the fury of
[ rous’d mobs;
The flap of the curtain’d litter, a sick man
[ inside, borne to the hospital;
The meeting of enemies, the sudden oath, the
[ blows and fall;
The excited crowd, the policeman with his star,
[ quickly working his passage to the centre of
[ the crowd;
The impassive stones that receive and return so
[ many echoes;
What groans of over-fed or half-starv’d who fall
[ sun-struck, or in fits;
What exclamations of women taken suddenly,
[ who hurry home and give birth to babes;
What living and buried speech is always vibrating
[ here—what howls restrain’d by decorum;
Arrests of criminals, slights, adulterous offers
[ made, acceptances, rejections with convex
[ lips;
I mind them or the show or resonance of them —
[ I come again and again.




I am the poet of the Body;
And I am the poet of the Soul.

The pleasures of heaven are with me, and the
[ pains of hell are with me;
The first I graft and increase upon myself—the
[ latter I translate into a new tongue.

I am the poet of the woman the same as the
[ man;
And I say it is as great to

be a woman as to be
[ a man;
And I say there is nothing greater than the
[ mother of men.



I tramp a perpetual journey,
My signs are a rain-proof coat, good shoes, and a
[ staff cut from the woods; 1200
No friend of mine takes his ease in my chair;
I have no chair, no church, no philosophy;
I lead no man to a dinner-table, library, or
[ exchange;
But each man and each woman of you I lead
[ upon a knoll,
My left hand hooking you round the waist,
My right hand pointing to landscapes of
[ continents, and a plain public road.

Not I—not any one else, can travel that road
[ for you,
You must travel it for yourself.

It is not far—it is within reach;
Perhaps you have been on it since you were born,
[ and did not know;
Perhaps it is every where on water and on land.

Shoulder your duds, dear son, and I will mine,
[ and let us hasten forth,
Wonderful cities and free nations we shall fetch
[ as we go.

If you tire, give me both burdens, and rest the
[ chuff of your hand on my hip,
And in due time you shall repay the same service
[ to me;
For after we start, we never lie by again.


FONTE BIBLIOGRÁFICA

poesia.net
www.algumapoesia.com.br
Carlos Machado, 2006
Walt Whitman
• "Canção de Mim Mesmo"
In Folhas de Relva
Edição bilíngüe, tradução e posfácio de
Rodrigo Garcia Lopes
Ed. Iluminuras, São Paulo, 2005
____________________
* Hilda Hilst, "Passeio",

in Exercícios, Ed. Globo, 2002

Quem a não ser meu poeta do coração, Walt Whitman, merece um post aqui no Entrementes?
Transcrevi o link do Tear para cá. Mil bjs e um excelente sábado! Bjinhos Jana e Zisco! Tê!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Conto Erótico Gramatical

Olá, pessoas! Eu sou a Janaina Brum, mas conhecida por Jana! Quero me apresentar e agradecer ao Zisco por me dar esta oportunidade de conviver com a sua grande imaginação e com a sua leveza em mais um espaço virtual!
Para começar, vou postar um texto que circula há muito na internet e que, por vezes, é atribuído a Luís Fernando Veríssimo, a Martha Medeiros, a Moacyr Scliar (imaginem!). Mesmo sem saber quem é o autor, vale a pena! é genial!! Divirtam-se!


CONTO ERÓTICO GRAMATICAL

Era a terceira vez que aquele substantivo e aquele artigo se encontravam no elevador. Um substantivo masculino, com um aspecto plural, com alguns anos bem vividos pelas preposições da vida. E o artigo era bem definido, feminino, singular: era ainda novinha, mas com um maravilhoso predicado nominal. Era ingênua, silábica, um pouco átona, até ao contrário dele: um sujeito oculto, com todos os vícios de linguagem, fanáticos por leituras e filmes ortográficos.

O substantivo gostou dessa situação: os dois sozinhos, num lugar sem ninguém ver e ouvir. E sem perder essa oportunidade, começou a se insinuar, a perguntar, a conversar. O artigo feminino deixou as reticências de lado, e permitiu esse pequeno índice.

De repente, o elevador pára, só com os dois lá dentro: ótimo, pensou o substantivo, mais um bom motivo para provocar alguns sinônimos. Pouco tempo depois, já estavam bem entre parênteses, quando o elevador recomeça a se movimentar: só que em vez de descer, sobe e pára justamente no andar do substantivo.

Ele usou de toda a sua flexão verbal, e entrou com ela em seu aposto. Ligou o fonema, e ficaram alguns instantes em silêncio, ouvindo uma fonética clássica, bem suave e gostosa. Prepararam uma sintaxe dupla para ele e um hiato com gelo para ela. Ficaram conversando, sentados num vocativo, quando ele começou outra vez a se insinuar. Ela foi deixando, ele foi usando seu forte adjunto adverbial, e rapidamente chegaram a um imperativo, todos os vocábulos diziam que iriam terminar num transitivo direto.

Começaram a se aproximar, ela tremendo de vocabulário, e ele sentindo seu ditongo crescente: se abraçaram, numa pontuação tão minúscula, que nem um período simples passaria entre os dois. Estavam nessa ênclise quando ela confessou que ainda era vírgula: ele não perdeu o ritmo e sugeriu um longo ditongo oral, e quem sabe, talvez, uma ou outra soletrada em seu apóstrofo. É claro que ela se deixou levar por essas palavras, estava totalmente oxítona às vontades dele, e foram para o comum de dois gêneros. Ela totalmente voz passiva, ele voz ativa.

Entre beijos, carícias, parônimos e substantivos, ele foi avançando cada vez mais: ficaram uns minutos nessa próclise, e ele, com todo o seu predicativo do objeto, ia tomando conta dela inteira. Estavam na posição de primeira e segunda pessoas do singular, ela era um perfeito agente da passiva, ele todo paroxítono, sentindo o pronome do seu grande travessão forçando aquele hífen ainda singular.

Nisso a porta abriu repentinamente. Era o verbo auxiliar do edifício. Ele tinha percebido tudo, e entrou dando conjunções e adjetivos nos dois, que se encolheram gramaticalmente, cheios de preposições, locuções e exclamativas. Mas ao ver aquele corpo jovem, numa acentuação tônica, ou melhor, subtônica, o verbo auxiliar diminuiu seus advérbios e declarou o seu particípio na história. Os dois se olharam, e viram que isso era melhor do que uma metáfora por todo o edifício. O verbo auxiliar se entusiasmou, e mostrou o seu adjunto adnominal.

Que loucura, minha gente. Aquilo não era nem comparativo: era um superlativo absoluto. Foi se aproximando dos dois, com aquela coisa maiúscula, com aquele predicativo do sujeito apontado para seus objetos. Foi chegando cada vez mais perto, comparando o ditongo do substantivo ao seu tritongo, propondo claramente uma mesóclise-à-trois. Só que as condições eram estas: enquanto abusava de um ditongo nasal, penetraria ao gerúndio do substantivo, e culminaria com um complemento verbal no artigo feminino.

O substantivo, vendo que poderia se transformar num artigo indefinido depois dessa, pensando em seu infinitivo, resolveu colocar um ponto final na história: agarrou o verbo auxiliar pelo seu conectivo, jogou pela janela, e voltou ao seu trema, cada vez mais fiel à língua portuguesa, com o artigo feminino colocado em conjunção coordenativa conclusiva.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Dia Da Bailarina

 
(Pés ligeiros que fazem o corpo voar)
Hoje vou escrever algo por aqui para homenagear algumas figuras que são importantes para mim, são pessoas que trazem muita beleza e muita graça por onde quer que passem
Conheci várias, perdi o contato com todas, mas ficou a lembraça da bela imagem.
A música ainda vive os passos já não podem ser refeitos,  mas a emoção brota nova a cada audição, uma imagem na mente, um sentimento, uma forte e vibrante emoção.
Som, vibração, música, movimento, vento, emoção,  joga-se tudo na mesma panela , o fogo aquece, uma feiticeira mexe seu mágico caldeirão.
Só hoje fiquei sabendo que existia esse dia da Bailarina, e quero comemorar, quero, ouvir, sentir, viver, pulsar, quero contar o quanto gosto de vê-las dançar, cortando o ar, com corpos mágicos e pés ligeiros.
Toda mulher um dia foi uma Bailarina, ou ao menos sonhou, ou dançou por um breve momento a vontade de ser tão leve e bela criatura.
Palavras bailam também, executam uma dança de ideias e de sentidos, tecem redes e rendas, fazem pensar.
Eu sempre gostei , sempre tive verdadeira adoração pela música e pela dança,  pelo beleza que se revela em movimento e som, sempre adorei o balet, nunca me neguei a declarar, que a música que serve para expressar com o corpo a vida, é mais música que qualquer outra que se ouve parado.
Talvez eu não saiba com tanta graça e propriedade executá-la, mas me completo e me emociono ao assistir um grande Balet, um banquete para olhos e ouvidos, cheio da mais pura e intensa emoção.
Que se faça a luz disse Deus,  início da dança cósmica seus ritos e sagração, em plena vida brotando a cada Primavera, abram-se as cortinas.